terça-feira, 1 de abril de 2008


Surdez Parcial com Lentes Armadas.
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Quanta dor num passo tão pequeno... E as flores ocupam o meu caminho... Não quero flores, não quero céu azul, não quero poesia e nem quero o teu olhar... Só quero arrebentar o meu pulmão e manter minha goela encharcada de trago... Desde quando a piedade se acaba na pia... E a seriedade do produto seja ele qual for... A vontade de comer e comer e comer e comer... Quando piso na sola do meu sapato usando minha armadura de aço para proteção descabida da minha real vontade de andar nu. E não posso. E nem quero poder... A real vontade de pensar no que falo e no falar o que penso... Motivos óbvios de morar num manicômio e de gritar a vontade, muito à vontade... Para depois comer com as mãos e cuspir na cara de quem é superior a ti... Defesa cruel a minha de reclamar o que faço... E sentir o que sinto. Tudo pela fome e sono... Quero te ouvir mas não posso. Ela não deixa...
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Zé Beto Silva Só. . .

Um comentário:

Anônimo disse...

O grito preso faz com que a alma se manifeste mais e mais... Não vira uma obsessão, mas talvez vire um desconforto, no qual a paz terá um árduo caminho a percorrer. A negação de querer e ser barrado maximiza mais ainda à vontade. Pobre alma, presa em si mesma, quando a essência é pura e verdadeira.