O ATOR
Quereis representar o mago?
Quereis representar o rei?
Ou preferis o papel de Mazarino?
Usais artimanhas de Cardeal,
Poder oculto por trás do trono,
Senhor das tramas e privilégios.
Soube da paixão pela rainha,
Da carne fervente sob cobertas,
Do trepidar do desejo irrealizado.
Percebi o tédio do púlpito,
As mãos trêmulas no cálice,
O olhar manchado de vinho.
Aonde vades como sombra
Que se esgueira entre atores
Alisando o camafeu secreto?
Sinto-vos dentro de mim,
O eu que vaga inefável,
Tentando sair do labirinto.
Antonio Carlos Rocha
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